OIJ aprova necessidade de organização global de juventude

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Considerada por todos os demais 16 países presentes como necessária e oportuna na atual conjuntura internacional, a proposta também foi classificada como ousada. Por este motivo a conferência deliberou pela criação de um grupo de trabalho e por um calendário de discussões até meados de 2014, com o intuito de aprofundar as reflexões e traçar com cautela esta nova estratégia internacional.
"Trabalharemos com três cenários: seguir com o fortalecimento institucional da OIJ, com os 21 países; internacionalizar a OIJ e abri-la para países de outras regiões; ou fazer da OIJ protagonista de uma articulação global de juventude", explicou Bruno Vanhoni, assessor internacional da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, órgão que atualmente preside a OIJ.
Contexto e oportunidade- De acordo com a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo, a OIJ já discute a necessidade de uma organização mais ampla do segmento desde maio do ano passado e, de lá pra cá, os acontecimentos só ratificaram tal necessidade. "Vivemos um período de muitos limites para pauta de juventude, imposto por um processo de crise internacional, que não é só econômica. Mas é também um período de oportunidades porque a juventude ganha mais visibilidade, seja por diversas políticas públicas para este segmento que vem sendo criadas por vários países, seja pelas massivas mobilizações que a juventude vem protagonizando em todo o mundo. Não podemos deixar passar este momento", apontou Severine.
Segundo a secretária, o Sistema das Nações Unidas (ONU) já identificou a importância de engajamento maior com o público jovem. Exemplo disso foram a comemoração do Ano Internacional da Juventude, entre agosto de 2010 e agosto de 2011, e a criação da figura de Representante Especial para este segmento em 2013, além dos trabalhos com juventude desenvolvidos por algumas agências da ONU.
Da mesma forma, se multiplicam pelo mundo redes de pesquisadores, movimentos e organizações sociais dedicadas a esta pauta. Severine Macedo, entretanto, esclareceu que o objetivo brasileiro não é rivalizar com essas iniciativas, mas complementá-las, uma vez que o tema de juventude segue sem foro internacional multilateral e de abrangência mundial. "A proposta do Brasil visa suprir um déficit de representatividade, de capacidade de incidência na governança global e de pautar as questões de juventude. Sabemos que uma articulação mundial é dificílima e que há muita resistência a este debate geracional. Mas não vemos argumentos que deslegitimem a necessidade dessa organização. O que queremos é debater com outros países a sua viabilização", disse.
Para o assessor internacional da SNJ, Bruno Vanhoni, a OIJ é um espaço privilegiado para essa discussão. "A OIJ é único organismo multigovernamental focado em juventude. Produziu a única Convenção Internacional sobre Direitos da Juventude, lançou este ano a primeira pesquisa de juventude realizada em 21 países, com a mesma metodologia, tem histórico de cooperação técnica e concertação política. Tem mais de 20 anos de existência e legitimidade internacional", afirmou.
As ponderações à proposta brasileira se concentraram na dificuldade de se financiar tamanha estrutura e no risco de se dedicar menos energia à construção da entidade iberoamericana, em função da energia que precisará ser direcionada à criação de uma organização global.
Além do Brasil, também estiveram presentes na conferência extraordinária de Cuzco Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Pananá, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai.
Fonte: www.juventude.gov.br

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