Sustentabilidade e escola: uma dupla de futuro

terça-feira, 6 de agosto de 2013


É uma tentativa de fazer com que as escolas se tornem espaços educadores sustentáveis considerando sempre intervenções dentro do tripé espaço físico–gestão­–currículo.

05.07.2013 | Envolverde/ Foto: Renaters / Fotolia.com
Sustentabilidade e escola: uma dupla de futuro Uma das boas notícias anunciadas pelo MEC em junho foi o investimento de R$ 100 milhões em um programa destinado à criação de ações sustentáveis em 10 mil escolas de ensino básico em 310 cidades espalhadas pelo país. Segundo o ministério, o Programa Dinheiro Direto na Escola - Escola Sustentável apoiará projetos que promovam ações voltadas à melhoria da qualidade de ensino e a sustentabilidade socioambiental do espaço escolar. É uma tentativa de fazer com que as escolas se tornem espaços educadores sustentáveis considerando sempre intervenções dentro do tripé espaço físico-gestão­-currículo.
Há inúmeras definições sobre o que seria uma escola sustentável, mas é justamente neste tripé que reside uma explicação detalhada que as escolas aderentes ao programa deverão atentar. Primeiro, com o uso de um espaço físico que cuida e educa, em que as construções tenham um maior conforto térmico e acústico, a energia e a águã sejam usadas de forma eficiente. Em seguida, com uma gestão que encoraje relações de respeito à diversidade e que seja mais democrática e participativa. Por último, a adoçãm de um currículo que estimule a visão complexa da educação integral e sustentável, estimulando a responsabilidade e o engajamento individual e coletivo na transformação local e global.
O investimento ainda pode ser considerado tímido, se realmente considerarmos o número de escolas do nosso país. Mas a iniciativa é animadora. Nos últimos anos, tenho tido a chance de colaborar com diferentes instituições de ensino no desenvolvimento de projetos que têm a sustentabilidade como eixo condutor.
Junto a equipes interdisciplinares de professores dessas instituições, tenho mantido a preocupação de criar um projeto novo e personalizado para cada escola - afinal, cada instituição tem sua história e suas características próprias -, sempre valorizando práticas que aliem as esferas tradicionalmente ligadas ao conceito de sustentabilidade: a ambiental, a econômica e a social. Somente identificando os desafios que deixem claras as interligações e a interdependência entre essas três esferas, estaremos de verdade formando professores e estudantes dentro do novo paradigma da sustentabilidade.
Minha fonte primária de inspiração são as ideias e os ideais do sociólogo francês Edgar Morin. Apenas por meio da compreensão profunda da complexidade do mundo atual, colaboraremos efetivamente na formação de indivíduos críticos e capazes de propor soluções de cunho coletivo aos desafios do dia a dia. O trabalho dentro dos paradigmas da complexidade quebra as barreiras disciplinares, dando um novo significado ao que é trabalhado em sala de aula.

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