Em 2012, o pessoal ocupado assalariado do
total de organizações do país era composto por 57,3% de homens e 42,7%
de mulheres. Contudo, quando se analisa apenas as entidades da
administração pública, observa-se que 58,9% dos assalariados são
mulheres. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), que
continha 5,2 milhões de empresas e outras organizações formais ativas em
2012. Elas ocuparam 53,4 milhões de pessoas, sendo 46,2 milhões (86,6%)
como pessoal ocupado assalariado e 7,1 milhões (13,4%) na condição de
sócio ou proprietário. Em 2012, 73,4% do pessoal assalariado trabalhavam
em entidades empresariais, 19,1% atuavam no comércio, 57,3% eram
homens, 82,3% não tinham nível superior, e 51,1% estavam concentrados na
região Sudeste. Os salários e outras remunerações pagas pelas
organizações totalizaram R$ 1,2 trilhão. O salário médio mensal foi de
R$ 1.943,16, equivalente a 3,1 salários mínimos.
Na comparação com 2011, houve um incremento de
1,3% no total de empresas e outras organizações ativas (66,0 mil
organizações). Por sua vez, o pessoal ocupado total (sócios,
proprietários e pessoal ocupado assalariado) cresceu 2,3% (1,2 milhão). O
número de sócios e proprietários cresceu 2,2% (152,5 mil). O total de
salários e outras remunerações aumentou 7,1%, e o salário médio mensal
cresceu 2,1%, em termos reais. Entre 2008 e 2012, o salário médio mensal
subiu 10,1%, enquanto salários e outras remunerações cresceram 35,3%.
O CEMPRE reúne informações cadastrais e
econômicas de empresas e outras organizações (administração pública,
entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições
extraterritoriais), formalmente constituídas, presentes no país, e suas
respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras
organizações). A publicação completa está disponível na páginawww.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/cadastroempresa/2012/default.shtm.
Entidades empresariais reúnem 73,4% do pessoal ocupado assalariado
A análise segundo natureza jurídica evidencia a
importância das entidades empresariais. Elas representavam 89,9% desse
conjunto, 76,3% do pessoal ocupado total, 73,4% do pessoal ocupado
assalariado e 63,9% dos salários e outras remunerações, em 2012. A
administração pública, apesar de representar somente 0,4% das
organizações, absorveu 17,2% do pessoal ocupado total, 19,9% do pessoal
ocupado assalariado e pagou 29,8% dos salários e outras remunerações. As
entidades sem fins lucrativos, com 9,7% das organizações, foram
responsáveis por 6,5% do pessoal ocupado total, 6,7% do pessoal ocupado
assalariado e 6,3% dos salários pagos no ano.
Comércio tem maior percentual de pessoal assalariado pelo 3º ano consecutivo
A seção Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas
destacou-se com as maiores participações em três das quatro variáveis
analisadas: número de empresas e outras organizações (41,8%), pessoal
ocupado total (22,2%) e pessoal ocupado assalariado (19,1%), enquanto
que em salários e outras remunerações ficou na terceira colocação
(12,1%). Esta seção aparece pelo terceiro ano consecutivo como a
principal atividade absorvedora de pessoal ocupado assalariado, com 8,9
milhões de pessoas.
As Indústrias de transformação, por sua vez,
ficaram na segunda colocação nas quatro variáveis analisadas, como nos
dois anos anteriores: número de empresas e outras organizações (8,4%),
pessoal ocupado total (16,7%), pessoal ocupado assalariado (17,9%) e
salários e outras remunerações (19,1%). A seção Administração pública, defesa e seguridade social
destacou-se com a maior participação em salários e outras remunerações
(23,7%). Contudo, assim como em 2011, manteve-se na terceira colocação
em pessoal ocupado total (13,8%) e em pessoal ocupado assalariado
(16,0%). Entre as demais seções, Atividades administrativas e serviços complementares e Construção
ficaram na quarta e na quinta colocações em pessoal ocupado
assalariado, com 9,3% e 6,6%, respectivamente, e na sexta e quinta
colocações em salários e outras remunerações, 5,4% e 5,6%.
Organizações com mais de 250 pessoas reúnem 53,7% dos assalariados
Em 2012, do total de empresas e outras organizações,
87,9% tinham até nove pessoas ocupadas, 10,3% tinham de 10 a 49 pessoas,
1,4% tinham de 50 a 249 pessoas e 0,4% tinham 250 pessoas ou mais.
Apesar do predomínio das empresas de menor porte na estrutura
empresarial brasileira, as organizações com 250 pessoas ou mais foram as
que apresentaram as maiores participações nas variáveis analisadas:
pessoal ocupado total (46,6%), pessoal ocupado assalariado (53,7%) e
salários e outras remunerações (69,1%).
Em termos salariais, os valores apresentam relação
direta com o porte da organização. Os salários médios mensais mais
elevados foram pagos pelas empresas com 250 pessoas ou mais (R$
2.527,11), enquanto os menores valores, pelas empresas com até nove
pessoas ocupadas (R$ 1.010,88). As empresas com 250 pessoas ou mais
pagaram valores 29,9% acima do salário médio (R$ 1.943,16), enquanto as
demais faixas pagaram salários abaixo da média.
Média salarial tem crescimento real de 10,1% em quatro anos
Em todos os anos analisados, tem sido observado
crescimento real no total de salários e outras remunerações. Em 2012, o
aumento foi de 7,1%. No período de 2008 a 2012, a taxa acumulada foi de
35,3%. Por sua vez, o salário médio mensal apresentou uma taxa de
crescimento de 2,1%, em termos reais, em 2012. Em 2009, o avanço havia
sido de 4,7%, em 2010, 0,6% e em 2011, 2,4%. No acumulado do período, o
salário médio mensal cresceu 10,1%.
Tabela 7
Taxa de crescimento relativo e acumulado das empresas e outras organizações, do pessoal ocupado total, dos salários e outras remunerações e do salário médio mensal
Brasil - 2008 - 2012
Variáveis
|
Taxa de crescimento
| ||||
---|---|---|---|---|---|
Relativo
|
Acumulado 2008/2012
| ||||
2008/2009
|
2009/2010
|
2010/2011
|
2011/2012
| ||
Número de empresas e outras organizações |
5,2
|
5,8
|
0
|
1,3
|
12,8
|
Pessoal ocupado total |
4,7
|
6,5
|
4,9
|
2,3
|
19,8
|
Pessoal ocupado assalariado |
4,7
|
6,9
|
5,1
|
2,3
|
20,4
|
Sócios e proprietários |
4,9
|
4,3
|
3,8
|
2,2
|
15,8
|
Salários e outras remunerações |
7,2
|
9,2
|
8
|
7,1
|
35,3
|
Salário médio mensal (R$) |
4,7
|
0,6
|
2,4
|
2,1
|
10,1
|
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Cadastro Central de Empresas 2008-2012
Analisando o crescimento do salário médio mensal de
2008 a 2012, observa-se que das 20 seções da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE) 2.0, 12 apresentaram aumentos reais acima
da média do período (10,1%), destacando-se as atividades das Indústrias extrativas (44,5%), Saúde humana e serviços sociais (21,3%) e Construção (20,5%). Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas e Atividades administrativas e serviços relacionados apresentaram aumentos de salários reais de 17,2% e 14,7%, respectivamente. Os salários das Indústrias de transformação e da Administração pública, defesa e seguridade social aumentaram em 9,2% e 10,7%, respectivamente, no período de 2008 a 2012.
O salário médio mensal, em 2012, foi de R$ 1.943,16. Os maiores salários foram pagos por Eletricidade e gás (R$ 5.968,28), seguido por Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 4.587,73) e Indústrias extrativas
(R$ 3.899,12). Essas atividades absorveram juntas somente 2,7% do
pessoal ocupado assalariado. Os menores salários foram pagos por Alojamento e alimentação (R$ 947,87), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.170,11) e Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (R$ 1.258,96).
7,8 milhões de empregos formais foram gerados entre 2008 e 2012
Analisando o pessoal ocupado assalariado, observa-se
que as empresas e outras organizações formais geraram 7,8 milhões de
novos vínculos empregatícios entre 2008 e 2012, tendo passado de 38,4
milhões para 46,2 milhões de pessoas. Quase metade (49,4%) foram gerados
em três seções: 23,1% em Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 13,2% em Construção; e 13,1% em Atividades administrativas e serviços complementares.
57,3% dos assalariados eram homens e 82,3% não tinham nível superior
Entre 2011 e 2012, o aumento do número de mulheres
(3,2%) foi superior ao de homens (1,7%). Contudo, em 2012, 57,3% dos
assalariados eram homens e 42,7% eram mulheres. Em termos salariais, em
2012, os homens receberam, em média, R$ 2.126,67 e as mulheres R$
1.697,30. Ou seja, as mulheres receberam em média o equivalente a 79,8%
dos salários dos homens, mas seus salários médios tiveram um aumento
real superior ao dos homens: 2,4% contra 2,0%.
Por nível de escolaridade, 82,3% do pessoal
assalariado não tinham nível superior e 17,7% possuíam. O pessoal
assalariado com nível superior cresceu 6,0%, enquanto o pessoal
assalariado sem nível superior cresceu 1,6%. O pessoal assalariado com
nível superior recebeu, em média, R$ 4.405,55, enquanto o pessoal sem
nível superior, R$ 1.398,74, ou seja, uma diferença de 215,0%.
Participação feminina na variação de pessoal ocupado assalariado foi de 58,5%
De 2011 para 2012, a participação relativa feminina,
na variação de pessoal ocupado assalariado, foi pela primeira vez
superior à participação masculina. Enquanto os homens contribuíram com
41,5% (438,9 mil pessoas), as mulheres contribuíram com 58,5% (619,8 mil
pessoas).
Nos últimos quatro anos, a participação relativa dos
assalariados com nível superior tem sido crescente, quando se analisa a
variação de pessoal ocupado assalariado. De 2011 para 2012, a
participação dos sem nível superior nesta variação foi de 55,9% (592,1
mil pessoas), enquanto a dos com nível superior foi de 44,1% (466,6 mil
pessoas).
41,3% dos assalariados da administração pública têm nível superior
A proporção de pessoal assalariado com e sem nível
superior varia de acordo com a natureza jurídica, mas a participação do
pessoal assalariado sem nível superior é sempre maior. Nas entidades
empresariais, a participação dos assalariados sem nível superior é muito
expressiva, mas caiu de 90,7% em 2009 para 89,5% em 2012. A
administração pública é a natureza jurídica onde há o maior predomínio
de pessoal assalariado com nível superior: 35,8% em 2009 e 41,3% em
2012. É possível observar, ao longo dos anos, ganhos de participação dos
assalariados com nível superior em todas as naturezas jurídicas. Nas
entidades sem fins lucrativos, esse percentual subiu de 25,9% em 2009
para 27,3% em 2012.
A participação do pessoal ocupado assalariado
masculino nas empresas foi superior à feminina, diferença que tem
diminuído com o passar dos anos: a participação masculina caiu de 64,5%
em 2009 para 62,8% em 2012. Já as organizações da administração pública e
das entidades sem fins lucrativos apresentavam maior participação de
pessoal ocupado assalariado feminino que masculino. Na administração
pública, de 2009 a 2012, a participação do pessoal assalariado feminino
aumentou de 58,3% para 58,9%. Nas entidades sem fins lucrativos, essa
participação passou de 52,8% para 54,6%.
Sudeste concentra 51,1% do pessoal ocupado assalariado
A análise regional é realizada a partir das
informações das unidades locais, que são os endereços de atuação das
empresas e outras organizações. No ano, as 5,2 milhões de empresas e
outras organizações ativas no país possuíam 5,7 milhões de unidades
locais.
A região Sudeste destacou-se, concentrando 2,9
milhões (51,5%) das unidades locais do país, 27,4 milhões das pessoas
ocupadas (51,4%), 23,6 milhões das pessoas assalariadas (51,1%) e R$
654,5 bilhões (55,3%) dos salários e outras remunerações. A região Sul
era a segunda colocada em participação no número de unidades locais
(21,7%), em salários e outras remunerações (15,6%) e no pessoal ocupado
total, com 17,7%. Contudo, em relação ao pessoal ocupado assalariado
estava na terceira posição, com 17,1%. A região Nordeste ficou na
segunda colocação em pessoal ocupado total (17,7%) – na mesma posição da
Região Sul - e em pessoal assalariado (18,2%); em número de unidades
locais (15,6%) e em salários e outras remunerações (14,3%) ficou na
terceira colocação. A região Centro-Oeste ficou na quarta colocação em
todas as variáveis analisadas e a região Norte na quinta colocação, com
as menores participações.
São Paulo apresentou as maiores participações
relativas em todas as variáveis, com 31,3% do número de unidades locais,
29,8% do pessoal ocupado total, 29,4% do pessoal ocupado assalariado e
33,6% dos salários e outras remunerações. Minas Gerais apareceu na
segunda colocação no número de unidades locais (10,8%) e em pessoal
ocupado assalariado (10,2%), mas ficou com a terceira colocação em
salários e outras remunerações (8,9%). Rio de Janeiro apareceu na
terceira colocação em pessoal ocupado total (9,4%), em pessoal ocupado
assalariado (9,5%), mas foi o segundo colocado em salários e outras
remunerações (11,1%) e o quinto com relação ao número de unidades locais
(7,4%). Rio Grande do Sul foi o terceiro colocado em número de unidades
locais (8,6%), mas obteve a quinta posição em pessoal ocupado total
(6,5%) e assalariado (6,2%) e a quarta posição em salários e outras
remunerações (5,9%). Já o Paraná foi o quarto colocado em número de
unidades locais (7,9%), pessoal ocupado total (6,6%) e assalariado
(6,3%) e o quinto colocado em salários e outras remunerações (5,7%).
Acre, Roraima e Amapá apresentaram as menores participações nessas
variáveis, com valores oscilando entre 0,1% e 0,3%.
Distrito Federal paga maiores salários médios (5,8 salários mínimos)
Em 2012, o salário médio mensal foi de 3,1 salários
mínimos. Os maiores salários médios foram pagos no Distrito Federal (5,8
salários mínimos), Rio de Janeiro (3,7 salários mínimos), São Paulo
(3,6 salários mínimos) e Amapá (3,4 salários mínimos). Já os menores
salários médios foram pagos no Ceará, Paraíba, Alagoas (2,2 salários
mínimos) e Piauí (2,3 salários mínimos).
Do total de 7,8 milhões de novos vínculos
empregatícios gerados de 2011 para 2012, 3,7 milhões (47,1%) foram
gerados na região Sudeste, 1,7 milhão (21,3%) no Nordeste, 1,3 milhão
(16,0%) no Sul, 715,9 mil (9,1%) no Centro-Oeste e 500,6 mil (6,4%) no
Norte. As unidades da federação com os maiores saldos positivos de
pessoal ocupado assalariado no período de 2008 a 2012 foram: São Paulo
com 2,1 milhões (26,6%), Minas Gerais com 743,5 mil (9,5%) e Rio de
Janeiro 719,1 mil (9,2%). As maiores participações relativas do pessoal
ocupado total na população economicamente ativa foram do Distrito
Federal (87,7%), São Paulo (69,6%) e Santa Catarina (68,8%). As menores
participações foram do Maranhão (24,3%), Piauí (27,4%) e Pará (29,2%).
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