Cresce o número de jovens em mestrado

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Atualmente, 52% dos portadores de título de mestrado no Brasil têm menos de 39 anos. O dado é da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e indica um crescimento na busca por cursos stricto sensu entre os jovens recém-formados. Não à toa que, em dez anos, o número de bolsas para cursos de mestrado concedidas pela Capes pulou de 13.060 (em 2002) para 43.595 (no ano passado).
"A imposição do mercado por profissionais mais capacitados e eficientes faz com que a busca pela pós-graduação, tanto em nível de especialização (latu sensu) como de mestrado e doutorado (stricto sensu), aumente", observa o diretor do Núcleo de Pesquisa Aplicada do Grupo Estácio, Luciano Medeiros.
Ele ainda ressalta que a necessidade por mais conhecimento e qualificação por meio de cursos de pós-graduação é uma tendência no Brasil. "Trata-se de uma realidade já consolidada nos países desenvolvidos, e aqui o caminho não será diferente".
Maturidade
Especialistas concordam  que não há uma idade ideal para o ingresso no mestrado. No entanto, nem sempre o estudante tem maturidade profissional para fazer a escolha sobre qual curso seguir.
Conforme o assessor da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Salvador (Unifacs), Evandro Gesteira, a escolha do curso depende do que o estudante busca para sua carreira profissional.
"Para fazer um curso em nível de stricto sensu, o interessante é que se tenha alguma maturidade profissional. Com algum tempo de mercado antes de ingressar no mestrado, o aluno terá melhores condições, inclusive, de direcionar sua pesquisa acadêmica", diz Gesteira.
Há poucos anos o mestrado era mais procurado por profissionais que almejavam ensinar, inclusive em função da exigência do Ministério da Educação, de que 50% do corpo docente do ensino superior tenha mestrado acadêmico ou doutorado.
Foi pensando nisso que a mestranda em administração na Unifacs Paula Correa, 28, decidiu pelo curso. "Sempre sonhei  ser professora universitária, e o mestrado é um investimento na minha formação, pois o professor desempenha um papel de grande responsabilidade na formação da sociedade".
Para quem não quer ensinar, existe a opção do mestrado profissional, que é uma alternativa às demandas do mercado atual. "A formação dos universitários é insuficiente para as expectativas das empresas. Há um 'gap' (lacuna, vão) entre a formação e o que o mercado quer dos profissionais", afirma a coordenadora da pós-graduação da Unime, Renata Sena Gomes.
Os cursos mais procurados são, segundo dados da Capes, nas áreas de ciências da saúde, administração e tecnologia. Além de cursos multidisciplinares, que congregam diferentes especialidades. Há também os ramos de  ciências humanas, educação e  psicologia, que estão em alta.
Fonte: A Tarde

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