No último dia do Seminário Juventude, Educação e Trabalho
(7/12), realizado pela ONG Ação Educativa, em São Paulo (SP),
especialistas, professores e pesquisadores se reuniram para discutir,
nas mesas simultâneas, temas como "Programas e ações de qualificação e
inserção dos jovens no mundo do trabalho” e "O ensino técnico brasileiro
e as políticas de expansão do atendimento”. A adoção de uma educação
técnica integrada, como meio de orientar melhor os jovens para o mercado
de trabalho, foi um dos principais pontos defendidos no debate sobre o
ensino técnico brasileiro.
Atualmente, a grande maioria dos/as jovens ainda se direciona para o ensino médio, já que, apesar da oferta de cursos técnicos profissionalizantes, ainda há dificuldade em se acessar e disseminar essa oportunidade. Geralmente, os/as jovens que buscam o ensino técnico têm entre 18 e 20 anos e boa parcela também é da classe média. Para o professor e pesquisador do Observatório de Juventude da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Atexes Simões, a classe média "se apropriou” da rede técnica federal de ensino, ao perceber que, com a ausência de um ensino médio de qualidade, o ensino técnico se apresentou como uma boa oportunidade de profissionalização e preparo para o mercado de trabalho.
Ele também destacou a importância de se retomar o trabalho manual, que ao longo do tempo vem sendo cada vez mais esquecido e desvalorizado, mas que pode ser resgatado e repensado, para ser inserido na escola. "A experiência escola do trabalho precisa ser apresentada ao Brasil”, disse, se referindo a programas já executados em outros países. Defensor da educação integral, Carlos Atexes também disse que é possível perceber que houve um "abandono da disputa pelo ensino médio”, e que a luta hoje é considerar essa questão, já que o ensino médio atende à grande maioria da juventude brasileira.
Já o professor visitante sênior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Celso João Ferretti, comentou sobre os programas de governo para a área de educação técnica profissional, como o Programa Nacional de Acesso ao ensino técnico e emprego (Pronatec), mas que ainda são muito deficientes. Segundo ele, existe uma ‘disputa política’ que, pelo lado de quem discute a implementação desses programas no sentido do capital e da produção, há também uma prática, mas por outro lado, pouco tem se avançado, ficando apenas na teoria.
Ferretti também comentou que a educação profissional técnica subsequente ao ensino médio tem sido ignorada, e que esse programa "se aproxima e se distancia do público ao mesmo tempo”, já que por um lado se propõe a formar no ensino técnico, mas por outro lado não se propõe a formar no ensino médio. Sobre a "cultura do ensino técnico”, Ferretti também concordou que essa prática tem sido ignorada pela população mais empobrecida e que "o ensino técnico é fruto do olhar do alto por parte de quem formula as políticas”.
Fonte: Adital Jovem, por Tatiana Félix
Atualmente, a grande maioria dos/as jovens ainda se direciona para o ensino médio, já que, apesar da oferta de cursos técnicos profissionalizantes, ainda há dificuldade em se acessar e disseminar essa oportunidade. Geralmente, os/as jovens que buscam o ensino técnico têm entre 18 e 20 anos e boa parcela também é da classe média. Para o professor e pesquisador do Observatório de Juventude da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Atexes Simões, a classe média "se apropriou” da rede técnica federal de ensino, ao perceber que, com a ausência de um ensino médio de qualidade, o ensino técnico se apresentou como uma boa oportunidade de profissionalização e preparo para o mercado de trabalho.
Ele também destacou a importância de se retomar o trabalho manual, que ao longo do tempo vem sendo cada vez mais esquecido e desvalorizado, mas que pode ser resgatado e repensado, para ser inserido na escola. "A experiência escola do trabalho precisa ser apresentada ao Brasil”, disse, se referindo a programas já executados em outros países. Defensor da educação integral, Carlos Atexes também disse que é possível perceber que houve um "abandono da disputa pelo ensino médio”, e que a luta hoje é considerar essa questão, já que o ensino médio atende à grande maioria da juventude brasileira.
Já o professor visitante sênior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Celso João Ferretti, comentou sobre os programas de governo para a área de educação técnica profissional, como o Programa Nacional de Acesso ao ensino técnico e emprego (Pronatec), mas que ainda são muito deficientes. Segundo ele, existe uma ‘disputa política’ que, pelo lado de quem discute a implementação desses programas no sentido do capital e da produção, há também uma prática, mas por outro lado, pouco tem se avançado, ficando apenas na teoria.
Ferretti também comentou que a educação profissional técnica subsequente ao ensino médio tem sido ignorada, e que esse programa "se aproxima e se distancia do público ao mesmo tempo”, já que por um lado se propõe a formar no ensino técnico, mas por outro lado não se propõe a formar no ensino médio. Sobre a "cultura do ensino técnico”, Ferretti também concordou que essa prática tem sido ignorada pela população mais empobrecida e que "o ensino técnico é fruto do olhar do alto por parte de quem formula as políticas”.
Fonte: Adital Jovem, por Tatiana Félix
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