Desigualdades sociais se refletem também no acesso à Internet

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013


UNICEF divulga resultados de pesquisa sobre uso da internet pelos adolescentes brasileiros

16.12.2013 | UNICEF/ Foto: EBC
Desigualdades sociais se refletem também no acesso à Internet
Para conhecer o uso da internet pelos adolescentes, o UNICEF realizou, em 2013, uma pesquisa nacional por amostragem. Foram entrevistados 2.002 adolescentes, entre 12 a 17 anos, em todas as cinco regiões geográficas brasileiras, incluindo 150 municípios, assegurando uma amostra representativa para identificar a diversidade de situações seja pelo local de moradia (urbano/rural ou região geográfica do país), situação de renda, gênero, raça/cor, escolaridade. A partir de hoje (10/12), o relatório com os principais achados da pesquisa está disponível no site do UNICEF no Brasil (www.unicef.org.br).
Para o coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do UNICEF no Brasil, Mário Volpi, "a pesquisa confirma que as desigualdades sociais se refletem também no acesso a internet uma vez que os adolescentes mais pobres e com menos escolaridades são os mais excluídos na internet". A pesquisa indica ainda que o uso da internet por adolescentes vem crescendo rapidamente. Já são quase 10 milhões de adolescentes que fazem uso diário da rede e mais cinco milhões que usam de uma vez por semana até os que usaram nos últimos três meses. Entre os seis milhões de adolescentes que estão excluídos da internet, encontram-se os mais pobres, que vivem na zona rural, com baixa escolaridade e os adolescentes indígenas.
Enquanto os adolescentes das famílias de maior renda tem acesso à internet em suas casas, os de menor renda o fazem em centros pagos. Escolas e centros públicos gratuitos ainda não representam uma alternativa de acesso uma vez que menos de 10% dos adolescentes que usam a internet os citam com opção.
Em relação ao uso seguro da tecnologia, um total de 48% dos meninos e 31% das meninas já encontrou pessoalmente alguém que só haviam conhecido pela internet. Por sua vez, o compartilhamento de informações pessoais, a exposição de situações de seu cotidiano, fotos de toda natureza e a permissão de acesso livre a qualquer pessoa aos seus dados é um fator que torna o/a adolescente vulnerável às pessoas que queiram manipular essas informações para constranger, assediar ou expor o/a adolescente.
Os adolescentes se sentem mais discriminados na vida real do que na internet. Enquanto 14% dos adolescentes revelaram já ter sofrido algum tipo de discriminação na vida real, quando perguntados se já haviam sofrido algum tipo de discriminação na internet o percentual foi de 6%. Entretanto, quando perguntados se já presenciaram situações discriminação ou assédio de outras pessoas na internet, 14% já viu alguém ser abordado insistentemente por pessoa desconhecida; 10% já viu alguém ser abordado com conteúdo sexual ou pornográfico; 27% já viu alguém ser discriminado por causa de sua raça/cor e 22% já viu alguém ser desrespeitado por gostar de alguém do mesmo sexo.
Para os adolescentes brasileiros, a internet é uma grande biblioteca, um lugar para fazer amizades, um caminho para o avanço profissional e um local que possibilita contato com outros povos. Quanto ao apoio dos pais ou responsáveis para o uso seguro da internet, 54% afirma ter algum acompanhamento e 46% afirma não ter ninguém acompanhando o que faz na internet.
 Esta notícia relaciona-se ao Objetivo do Milênio 8 - Todo Mundo Trabalhando Pelo Desenvolvimento. Acesse e veja como está a situação do seu município.

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