Repórter da Agência Brasil

Os dados fazem parte da Pesquisa Censo 2010 – Informações Territoriais: Aglomerados Subnormais, divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo classifica de aglomerados subnormais o conjunto de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, em terreno de propriedade pública ou particular, em geral, de forma desordenada e/ou densa. De acordo com o Censo, 3,2 milhões de domicílios particulares permanentes ocupavam 6.329 aglomerados subnormais em uma área de 169,2 mil hectares.
Enquanto na área central e na porção sul da cidade os aglomerados irregulares ocupavam predominantemente áreas de encostas, nas áreas mais afastadas do centro, a maioria dessas casas (80%) estavam em áreas planas, sobretudo, na zona oeste da cidade.
Para o coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, o ineditismo da pesquisa é trazer detalhes da geografia dessas áreas para compreender como elas se diferenciam e assim orientar políticas públicas. “Diferenciar essas áreas é tão importante quanto conhecer as diferenças socioeconômicas. Uma área com acessibilidade por rua não precisa de interferência tão forte do Poder Público nesse sentido, já com becos e encosta, há a necessidade de intervenção seja por meio da construção de vias, teleféricos, por exemplo.”
Dos 47,5% de domicílios em aglomerados irregulares (invasões e favelas) em áreas de subida moderada ou acentuada, a maior concentração foi registrada no Centro-Oeste (47%), enquanto as regiões Nordeste e Sudeste se destacaram com as maiores proporções de domicílios em áreas predominantemente de subida acentuada (25% cada).
Os dados mostram que as regiões Centro-Oeste, Norte, e Sul apresentam processo de ocupação similares, em áreas mais planas, com predomínio de acessibilidade por ruas e verticalização mais baixa, construções de um pavimento, quadras com lotes regulares e vias de circulação que permitiam a passagem de caminhões e carros.

Na Região Norte, predominaram como via de acesso interna de aglomerados desse tipo as passarelas e pinguelas (pontes de madeira, pequenas e estreitas), com destaque para a região metropolitana de Macapá, onde estavam 62% de todos os domicílios da região acessíveis por esse tipo de via.
0 comentários:
Postar um comentário