NOTA DE REPÚDIO E DE ESCLARECIMENTOS DO PT SOBRE O AUMENTO DO VALOR DA REFEIÇÃO NO RESTAURANTE POPULAR EM DIVINÓPOLIS-MG

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O PT – Partido dos Trabalhadores de Divinópolis vem a público manifestar seu total repúdio ao Governo Municipal por elevar o valor cobrado pela refeição no Restaurante Popular, de R$ 2,00 para R$ 5,00. O PT tem convicção de que tal medida tem escopo na extinção do Restaurante Popular, que é o principal instrumento das políticas públicas de assistência social na cidade e, dessa forma, no enfraquecimento das ações afirmativas do Governo Federal implementadas em Divinópolis nos últimos anos, com vistas a fragilizar o discurso petista nas eleições de 2014



Para subsidiar tal afronta à população divinopolitana, o Governo Municipal, administrado pelo PSDB, utiliza de subterfúgios vazios e discursos delirantes, calcados em achismos e notícias falseadas pela internet. Em momento algum, o Governo Municipal ou os vereadores de orientação governista - estes ao repetirem o discurso do Executivo - se respaldam em documentos, dados ou informações oficiais. Como exemplo disso, a informação de que o Restaurante Popular de Pouso Alegre foi fechado é falsa, uma vez que naquela cidade nunca houve a implantação desta política pública; também não procede a informação de que em Nova Serrana o valor cobrado dos usuários também é de R$ 5,00, já que naquele município a política pública implementada é a de Restaurante do Trabalhador, em que a alimentação é terceirizada por meio de processo licitatório, e a empresa vencedora cobra o valor de R$ 3,90 por refeição, com lucro; outro dado inverídico é o de que o Restaurante Popular de Ipatinga foi fechado no governo do PT, sendo que, na verdade, fora fechado para reformas no governo passado (administrado pelo PPS), não reabriu por dívidas e, agora, na retomada da gestão petista, é que a dívida está sendo paga e o Restaurante deve retornar à operação até o início de 2014.

Não bastasse o Governo Municipal e os vereadores de orientação governista se basearem em achismos, ainda alardeiam desinformação e desconhecimento sobre gestão pública para justificar a incompetência em manter o Restaurante Popular. Diz o Governo Municipal que a política do Restaurante Popular é um “presente de grego” e um “Cavalo de Tróia” do Governo Federal, pois este não ajuda a manter. Demonstram, assim, total desconhecimento da ferramenta de Compra Direta, que auxilia na redução de custos, mas que foi preterida por opção do próprio Governo Municipal e, se esquecem do repasse que o Governo Federal realiza para a gestão plena do SUAS, no qual o Restaurante Popular está inserido e, em tese, deveria ser priorizado.

Ainda na toada da desinformação e desconhecimento, o Governo Municipal e os vereadores de orientação governista dizem que a maioria dos freqüentadores do Restaurante Popular é de pessoas que não precisam daquela política pública. Indaga-se, portanto, o seguinte: qual o critério e qual base de dados o Governo Municipal tem para justificar este argumento? Qual o critério se utilizou para se dizer que a maioria não necessita daquela política pública? O que o Governo Municipal entende por esta política pública?

Tais questionamentos são necessários já que, enquanto o Governo Municipal tem um discurso fantasioso, há dados oficiais que desmontam todas as justificativas superficiais dadas por ele e pelos vereadores de orientação governista. Em 2012, a UNB – Universidade de Brasília, a pedido do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, realizou um “Diagnóstico de Qualidade e Atenção Dietética nos Restaurantes Populares do Brasil”. Este diagnóstico, disponível a qualquer cidadão brasileiro que o solicitar ao MDS, revela dados relativos às estruturas físicas dos RP, aos modelos de gestão e aos perfis dos usuários em todas as regiões do país.

Em relação à idade, idosos são os mais freqüentes nos RP, correspondendo a 25,2% dos usuários, enquanto os jovens são o segundo extrato da sociedade mais freqüente, com 20,6%. Ou seja, quase 50% dos usuários dos RP no Brasil são idosos (mais de 60 anos) ou jovens (21 a 30 anos). Já em relação à renda, os dados da pesquisa revelam o quanto o Governo Municipal de Divinópolis, administrado pelo PSDB, está desinformado e realiza gestão fincada em seu desconhecimento: 70,5% dos usuários tem renda de até 1 salário mínimo. O Governo Municipal afirma, dissimuladamente, que a maior parte dos usuários é de gente que não necessita da política pública, e cita como exemplo médicos, advogados e empresários. De acordo com a pesquisa, usuários com renda maior que 2 salários mínimos representam apenas 8,1% do total. De toda forma, o Governo Municipal de Divinópolis está errado em todos os aspectos, pois ainda que sua versão fosse verídica, o RP da cidade atenderia sim à sua precípua finalidade de ser uma política pública de segurança alimentar universal, e não direcionada. O diagnóstico revela, ainda, que o aumento no valor da refeição em Divinópolis, com preservação do cadastro dos beneficiários do Bolsa Família para que paguem R$ 1,00, não atende à finalidade universalista do Restaurante Popular, uma vez que 89,7% dos usuários afirma não ser usuário de outros programas do Governo Federal além dos Restaurante Populares, dado que reflete exatamente o extrato dos usuários de nossa cidade.

Outro dado revelador do diagnóstico é o que mostra que quase 50% dos usuários do Restaurante Popular é de indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Além disso, 62% dos usuários freqüenta o RP de 12 meses a 24 meses, demonstrando que além de atender à finalidade de oferecer ao usuário com alimentação altamente calórica uma alternativa para o controle de seu peso, também oferece aos usuários em geral uma garantia do direito à alimentação.

Em resumo, o diagnóstico revela o quanto o Governo Municipal de Divinópolis comete graves equívocos ao entender que o Restaurante Popular é política pública de alimentação a pessoas de baixa renda. O Restaurante Popular é, na verdade, uma política pública universal, ou seja, que abarca todos os cidadãos brasileiros, independente de renda, de sexo, de etnia ou qualquer outra forma de identidade; de alimentação e, principalmente, de segurança alimentar, pois deve funcionar como uma fonte de alimentação saudável e equilibrada, característica rara na alimentação que os cidadãos possuem em suas próprias casas. O diagnóstico revela, ainda, porém sem estratificação, um elevado número de usuários que freqüentam o RP por orientação médica.

Enfim, ao elevar o valor da refeição para absurdos R$ 5,00, a administração tucana ignora todos os benefícios da política de segurança alimentar brasileira presentes no Restaurante Popular de Divinópolis. Uma estratégia clara de fragilização das realizações do Governo petista em nosso município, com vistas ao fortalecimento do palanque de Aécio Neves em 2014. O PSDB, portanto, usa o Governo Municipal de Divinópolis como ferramenta partidária, o que é inaceitável. O PT de Divinópolis, por meio do vereador Edimilson Andrade, solicita uma audiência pública com prestação de contas do Restaurante Popular, para que possamos verificar de que forma o Governo Municipal alocou os recursos do SUAS direcionados para o município nos últimos 5 anos.

Registre-se, portanto, todo nosso repúdio ao tratamento que o Governo Municipal de Divinópolis, administrado pelo PSDB, dá ao Restaurante Popular e aos usuários que tanto necessitam dessa política pública.
 
 
Luiz Carlos Teixeira de Souza
Presidente do Diretório Municipal do PT de Divinópolis

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