Prematuridade é a principal causa de mortes de recém-nascidos no país

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


Documento revelou que a prevalência de partos de crianças prematuras é de 11,7% em relação a todos os partos realizados no País, percentual que coloca o Brasil no mesmo patamar de países de baixa renda.


Prematuridade é a principal causa de mortes de recém-nascidos no país O estudo "Prematuridade e suas possíveis causas", divulgado nesta segunda-feira (5) em Brasília, revelou que a prevalência de partos de crianças prematuras é de 11,7% em relação a todos os partos realizados no País.
Esse percentual coloca o Brasil no mesmo patamar de países de baixa renda, onde a prevalência é de 11,8%. Nos países de renda média o percentual é de 9,4%, segundo o relatório "Born too Soon", divulgado pela Organização Mundial da Saúde em 2012.
O estudo foi apresentado nesta segunda no evento ‘Ciclo de Estudos', promovido pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) para especialistas da área.
Os pesquisadores investigaram os números da prematuridade no Brasil e também o baixo peso ao nascer. O levantamento, apoiado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Ministério da Saúde, foi liderado pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas e contou com a participação de 12 universidades brasileiras.
Segundo o estudo, há um crescimento de partos prematuros no Brasil, ao contrário do que se poderia esperar, já que o País vem reduzindo as suas taxas de mortalidade.
O SINASC, sistema do Ministério da Saúde, apontava um discreto aumento no percentual de prematuridade, de 6,8% para 7,2% entre 2000 e 2010. Entretanto, o atual estudo corrige o valor de 2010 para 11,7%.
Segundo a OMS, em 2010, nasceram 15 milhões de crianças prematuras - abaixo de 37 semanas de gestação. O Brasil está na décima posição entre os países onde mais nascem prematuros.
A prematuridade é a principal causa de morte de crianças no primeiro mês de vida, segundo dados do Ministério da Saúde (2011). Atualmente, a taxa brasileira de mortalidade de crianças abaixo de 1 ano é de 16/1000 nascidos vivos, segundo a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Cerca de 70% das mortes acontecem nos primeiros 28 dias de nascimento.
Sul e Sudeste: os maiores percentuais
Paradoxalmente, as regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) são as que apresentam os maiores percentuais de prematuridade (12% e 12,5%, respectivamente), seguidos pela Região Centro-Oeste (11,5%), Nordeste (10,9%) e Norte (10,8%).
Um fator que chama atenção no estudo é como a cor de pele e a etnia influenciam na prevalência da prematuridade. As mulheres indígenas apresentam o maior percentual, de 8,1%. As mulheres de pele branca respondem pelo percentual de 7,8%, seguida pelas mulheres de pele negra (7,7%), parda (7,1%) e amarela (6,3%).
Outro fator que também pode influenciar nos partos prematuros é a idade da mãe. A maior prevalência nesse quesito foi encontrada entre as gestantes abaixo dos 15 anos de idade, respondendo com uma prevalência de 10,8% contra a menor taxa encontrada, 6,7%, entre as mulheres na faixa dos 20 aos 34 anos.

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