Mas,
proporcionalmente, os 10% mais carentes comprometem uma fração da renda
3,6 vezes superior à dos 10% mais ricos. Comparativo foi feito entre
2002 e 2009
As famílias mais pobres tinham, no período de
2008-2009, um comprometimento proporcional da renda com a compra de
medicamentos 3,6 vezes maior que as famílias mais ricas. A boa notícia é
que essa diferença apresentou redução no período estudado, pois era de
5,3 vezes na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2002-2003.
A
comparação entre as duas últimas edições da POF, realizadas em
2002-2003 e 2008-2009, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), resultaram no Texto para Discussão nº 1839 - Dimensões do acesso a medicamentos no Brasil: Perfil e desigualdades dos gastos das famílias, segundo as pesquisas de orçamentos familiares 2002-2003 e 2008-2009, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os autores são Leila Posenato Garcia, Luís Carlos de Magalhães, Ana
Cláudia Sant’Anna, Lúcia Rolim de Freitas e Adriana Pacheco Aurea.
As
POFs 2002-2003 e 2008-2009 revelam, respectivamente, que o gasto das
famílias mais pobres com medicamentos era de 73% e passou para 66% da
despesa com saúde, enquanto entre as famílias pertencentes ao grupo de
maior renda, a proporção saiu de 26% para 29%.
10% mais pobres
Para
as famílias no primeiro décimo de renda (10% mais pobres), o percentual
do gasto com medicamentos em relação à renda familiar reduziu-se de 11%
na POF 2002-2003 para 8,5% na POF 2008-2009, entre as famílias que
afirmaram ter essa despesa.
O resultado geral, que abarca as
famílias que tiveram e que não tiveram gastos com medicação, segue a
mesma tendência. No primeiro décimo de renda, o percentual correspondeu a
7,4% e 5,8%, e no último décimo (10% mais ricos), equivaleu a 1,4% e
1,6%, respectivamente, nas POFs analisadas. Todos os décimos da
distribuição de renda se aproximaram da proporção média em 2008-2009,
como ilustra o gráfico.
Para
o total das famílias brasileiras, o percentual da renda comprometido
com esse gasto foi de 2,5%, em 2002-2003, e 2,6%, em 2008-2009 – ou
seja, permaneceu praticamente inalterado no período.
Cai parcela da renda dos mais pobres gasta com remédios
quinta-feira, 27 de junho de 2013
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