47% das mulheres trabalham na cidade

domingo, 10 de março de 2013

47% das mulheres trabalham na cidade

Divulgação
As condições de trabalho entre homens e mulheres ainda não se assemelham


Amanda Quintiliano
A renda das mulheres representava apenas 70% da renda dos homens em 2010, segundo os Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Divinópolis, de acordo com o levantamento, 47% das mulheres estão trabalhando e todas têm salário inferior.
Em dados gerais, o rendimento médio mensal das mulheres no Brasil foi calculado em R$ 983, enquanto a dos homens em R$ 1.392. Já em Divinópolis, onde elas representam 51,5% da população, ganham em média R$ 600, enquanto eles R$ 1 mil.
Pela pesquisa, as mulheres lideram o ranking entre as que ganham entre ¼ do salário mínimo até um salário mínimo integral. Entre os trabalhadores que ganham R$ 169, elas representam 72% da fatia.
Os percentuais da parcela feminina também foram maiores que os da masculina nas classes sem rendimento, em que elas somam 64%. Entre os que ganham até meio salário mínimo, elas são 70%, até um salário mínimo, 61%. Já a partir de mais de um salário mínimo, os homens começam a liderar o ranking dos mais bem remunerados. Entre os que recebem entre R$ 678 e R$ 1.017, eles representam 46% da fatia. A discrepância é ainda maior quando o rendimento se eleva de três para seis salários mínimos. Nesta parcela, elas representam apenas 36% e 33% entre os profissionais que ganham de R$ 3.390 a R$ 6.780. Já entre os que ganham de 10 a 15 salários mínimos, o percentual de mulheres que se enquadram nesta fatia aumenta um pouco, passando para 40%. Porém, após este índice, a discrepância aumenta ainda mais. Apenas 17% dos profissionais que ganham entre 15 a 20 salários mínimos são mulheres.
Avaliação
Ao mesmo tempo em que os índices ainda apontam diferença entre o salário de homens e mulheres, eles revelam que o 'sexo frágil' tem conquistado ainda mais espaço.
- Mostram também que elas vêm conseguindo emprego com mais facilidades e que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que os dos homens. Mesmo com todas estas evoluções da mulher no mercado de trabalho, ela ainda não está numa condição de vantagem em relação aos homens, pois continua existindo muito preconceito e discriminação - comentou a socióloga Adriana Eva.
Para Eva, o fator de a mulher ser 'desdobrável', isso quer dizer, ter de se preocupar com funções que vão além do emprego e ainda cobradas culturalmente, refletem no desempenho e na inclusão dela no mercado de trabalho. O fato de serem 'chefe de família' ou terem de complementar a renda, segundo Adriana, são os fatores que mais influenciam na decisão da mulher de trabalhar fora do lar.
- O trabalho das mulheres não depende tão somente da demanda do mercado e das suas qualificações para atendê-la, mas decorre também de uma articulação complexa de características pessoais e familiares. A presença de filhos, associada ao ciclo de vida das trabalhadoras, à sua posição no grupo familiar - como cônjuge, chefe de família, etc. -, à necessidade de prover ou complementar o sustento do lar, são fatores que estão sempre presentes nas decisões das mulheres de ingressar ou permanecer no mercado de trabalho - avalia.
Mudança
Na opinião da diretora da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região (Amatra), juíza Márcia Cristina Cardoso, ainda há algumas barreiras a serem vencidas.
- No Brasil, as mulheres já são 97,3 milhões, contra 93,4 milhões de homens, mas a nossa igualdade, de verdade, ainda não foi alcançada porque o velho problema do desnível salarial persiste - disse, em entrevista à Agência Brasil, destacando que apenas 27% dos cargos de chefias são ocupados por mulheres.
Ainda segundo a juíza, as mulheres ampliaram sua participação na população economicamente ativa, que passou de 44,4%, em 2003, para 46,1% em 2011, de acordo com dados do IBGE.
Fonte:www.jagoradiv.com
 

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