Calculado pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o IHA passou de 2,61
mortes por grupo de mil jovens para 2,98. Os dados, referentes a
municípios com mais de 100 mil habitantes, foram divulgados hoje (13)
pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República,
pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e pela organização
não governamental Observatório de Favelas, no Rio.
Com base em indicadores do Ministério da Saúde de 2010, o LAV constatou
que o homicídio é a principal causa de morte dos adolescentes e
equivale a 45,2% do total de óbitos nessa faixa etária. Na população
geral, as mortes por homicídios representam 5,1% dos casos. O dado
inclui mortes em conflito com a polícia, conhecidas como auto de
resistência.
“Continua o contraste entre a tendência de redução dos homicídios na população brasileira, em geral e o aumento dos homicídios contra os adolescentes”, destacou o coordenador do estudo, o sociólogo Ignácio Cano. Segundo ele, o cenário é de extrema vulnerabilidade para jovens expostos a uma maior incidência de mortes precoces e violentas.
Alguns fatores, como gênero e raça, aumentam a possibilidade de um jovem ser morto. Em 2010, a chance de um adolescente do sexo masculino ser assassinado era 11,5 vezes maior que a de jovens do sexo feminino. Se o indivíduo for preto ou pardo, a possibilidade aumenta quase três vezes em relação ao branco.
Entre as regiões, correm mais risco os jovens do Nordeste, onde o IHA é 4,93, bem superior ao nacional (2,98). Estima-se que, entre 2010 e 2016, ocorram 13.094 assassinatos de adolescentes na região. O Norte (3,62) está em segundo lugar, seguido do Sul (3,19). Já o Sudeste tem a menor a taxa (2,01), mas a maior população, o que pode significar 12.475 jovens mortos no período.
Realizado em 283 municípios com mais de 100 mil habitantes, o levantamento mostra que as cidades com o IHA mais alto estão concentradas nos estados de Alagoas (9,07), da Bahia (7,86) e do Espírito Santo (6,54), que também estavam no topo do ranking em 2009. O menor índice foi identificado em São Paulo (0,94), cuja capital também é a menos letal para adolescentes.
O município mais violento é Itabuna (BA), que registra 10,59 homicídios em cada grupo de mil jovens. Em seguida vêm Maceió, com 10,15, Serra (ES), com 8,92, Ananindeua (PA) com 8,89, e Salvador, com 8,76.
“O Nordeste se consolida como maior polo de preocupação no país, sendo que Maceió e Salvador [por serem as capitais mais violentas] causam a maior preocupação”, destacou Ignácio Cano.
Para reduzir o índice de assassinatos de adolescentes, são necessárias medidas de combate à violência letal, inclusive com controle de armas de fogo e munição, sugere o levantamento. A probabilidade de um jovem ser morto com revólver ou pistola é seis vezes maior do que a de ser morto por qualquer outro meio.
Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo
* De acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), a categoria negro equivale à soma das categorias de cor/raça preto e pardo
“Continua o contraste entre a tendência de redução dos homicídios na população brasileira, em geral e o aumento dos homicídios contra os adolescentes”, destacou o coordenador do estudo, o sociólogo Ignácio Cano. Segundo ele, o cenário é de extrema vulnerabilidade para jovens expostos a uma maior incidência de mortes precoces e violentas.
Alguns fatores, como gênero e raça, aumentam a possibilidade de um jovem ser morto. Em 2010, a chance de um adolescente do sexo masculino ser assassinado era 11,5 vezes maior que a de jovens do sexo feminino. Se o indivíduo for preto ou pardo, a possibilidade aumenta quase três vezes em relação ao branco.
Entre as regiões, correm mais risco os jovens do Nordeste, onde o IHA é 4,93, bem superior ao nacional (2,98). Estima-se que, entre 2010 e 2016, ocorram 13.094 assassinatos de adolescentes na região. O Norte (3,62) está em segundo lugar, seguido do Sul (3,19). Já o Sudeste tem a menor a taxa (2,01), mas a maior população, o que pode significar 12.475 jovens mortos no período.
Realizado em 283 municípios com mais de 100 mil habitantes, o levantamento mostra que as cidades com o IHA mais alto estão concentradas nos estados de Alagoas (9,07), da Bahia (7,86) e do Espírito Santo (6,54), que também estavam no topo do ranking em 2009. O menor índice foi identificado em São Paulo (0,94), cuja capital também é a menos letal para adolescentes.
O município mais violento é Itabuna (BA), que registra 10,59 homicídios em cada grupo de mil jovens. Em seguida vêm Maceió, com 10,15, Serra (ES), com 8,92, Ananindeua (PA) com 8,89, e Salvador, com 8,76.
“O Nordeste se consolida como maior polo de preocupação no país, sendo que Maceió e Salvador [por serem as capitais mais violentas] causam a maior preocupação”, destacou Ignácio Cano.
Índice de Homicídio de Adolescentes em municípios com mais de 200 mil habitantes |
||||
Posição
|
Município
|
UF
|
IHA 2010
|
Número total esperado de mortes entre 12 e 18 anos (2010 a 2016)
|
1
|
Itabuna
|
BA
|
10,59
|
261
|
2
|
Maceió
|
AL
|
10,15
|
1.214
|
3
|
Serra
|
ES
|
8,92
|
452
|
4
|
Ananindeua
|
PA
|
8,89
|
566
|
5
|
Salvador
|
BA
|
8,76
|
2.613
|
6
|
Feira de Santana
|
BA
|
8,39
|
585
|
7
|
Vitória da Conquista
|
BA
|
8,13
|
313
|
8
|
Vitória
|
ES
|
8,04
|
275
|
9
|
Foz do Iguaçu
|
PR
|
7,83
|
273
|
10
|
Marabá
|
PA
|
7,39
|
254
|
Para reduzir o índice de assassinatos de adolescentes, são necessárias medidas de combate à violência letal, inclusive com controle de armas de fogo e munição, sugere o levantamento. A probabilidade de um jovem ser morto com revólver ou pistola é seis vezes maior do que a de ser morto por qualquer outro meio.
Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo
* De acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), a categoria negro equivale à soma das categorias de cor/raça preto e pardo
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