O Censo de 2010 comprovou algo visível a todos:
Negros/as ou pardos/as representam 50,7% da população brasileira.
Entretanto sua participação política é desproporcional nos órgãos
executivos do governo, como por exemplo, entre os deputados federais,
restringindo-se à apenas 43, dos 513. No senado, a diferença é ainda
maior, sendo apenas dois negros entre os 81 que compõe a bancada.
“O parlamento brasileiro tem cor e sexo. É o homem branco, heterossexual, proprietário e endinheirado. Essa foi uma das questões debatidas”. Dessa forma, Eliana Magalhães Graça, assessora política do Inesc, explica um, entre os diversos temas debatidos no seminário. “Há a necessidade de uma reforma política que promova a inclusão. Isso que acontece no parlamento, acontece também nas casas legislativas, tendo uma consequência muito grande em relação às pautas. As que interessam a população negra são de difícil tramitação e aceitação.”
Assim como a lei da ficha limpa, a reforma política demanda uma forte pressão popular para ser concretizada, principalmente por haver diversos interesses particulares dos parlamentares em manter esse sistema. Afinal, muitos são eleitos no sistema atual, de que se valem para a perpetuação no poder. Para Eliana Magalhães, a participação da sociedade civil é decisiva: “Ou a gente se mobiliza, ou a situação vai continuar a mesma, essa repartição do poder vai continuar assim”.
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