Direito à comunicação é destaque entre as propostas na Conferência

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Direito à comunicação é destaque entre as propostas na Conferência

Data: 13/12/2011

Entre as 26 propostas, resoluções e moções aprovadas na 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude destacam-se algumas ligadas ao direito humano à comunicação.
13.12.2011 - Direito à comunicação é destaque entre as propostas na Conferência

Foto: Luciana Ferry

No eixo 1, Desenvolvimento Integral, por exemplo, a proposta 6 trata da criação e implementação do Plano Nacional de Comunicação e Juventude que contemple a “criação e ampliação de Centros de Comunicação Popular, Telecentros, pontos de acesso público e o fomento da produção de mídias alternativas, como programas de rádio, TV, mídias impressas, rádios escolares e comunitárias e internet, entre outras, com prioridade para os/as jovens como proponentes e produtores. O objetivo é incentivar, preferencialmente, mídias produzidas a partir da metodologia de educomunicação, com expansão do acesso e a inclusão digital no campo e na cidade. A proposta prevê a ampliação do sinal de internet (banda larga) e telefonia, valorizando a cultura regional e garantindo a formação de educadores da rede pública para tratar dessa questão nas escolas e universidades.

No eixo 3, Direito à Experimentação e Qualidade de Vida, entre as propostas está a de “integrar a implementação do programa nacional de banda larga, garantindo o acesso à banda larga gratuita e de qualidade com velocidade mínima de 1 Mega para todo o país, priorizando as comunidades menos favorecidas e a zona rural, garantindo também a capacitação para os que irão utilizar o serviço”.

No documento Para Desenvolver o Brasil, considera-se que as políticas públicas de juventude não estão descoladas do conjunto da sociedade e devem estar conectadas aos desafios atuais que o país enfrenta, lembrando que os jovens não pleiteiam somente a resolução de seus problemas. Eles buscam oportunidades para debater e interferir nas questões mais amplas colocadas na conjuntura e nas definições dos rumos do Brasil. Por isso, os delegados da Conferência resolvem:

* democratizar os meios de comunicação, garantindo o amplo acesso à informação e aos meios de comunicação (internet, rádio, TV, jornais e Imprensa Oficial e audiovisual com participação obrigatória das produções independentes, com abertura de editais em apoio à produção artística;
* reformar a lei de direitos autorais sob a ótica de que o conhecimento é livre e, sendo assim, incentivar a utilização de licenças creative commons sob a égide de uma filosofia que garanta o uso, sem fins lucrativos, de produções intelectuais;
* estabelecer cotas de exibição e programação de 50% para a produção cultural brasileira, sendo 15% produção independente e 20% produção regional em todos os meios de comunicação (TV aberta e paga, rádios e cinemas);
* criar um novo marco regulatório das comunicações que garanta o controle social sobre as políticas públicas na área, assegurando conselhos de comunicação em todas as esferas, e que esses garantam respeito aos direitos humanos com conteúdos não discriminatórios, não machistas e não racistas nas veiculações midiáticas, além da criação de regras para a concessão de outorgas;
* garantir o direito à liberdade de expressão e ao livre acesso à informação e comunicação, previstos na Constituição Federal, no uso das mídias, assegurando a pluralidade de ideias e opiniões dos diferentes grupos sociais e culturais;
* promover mecanismos institucionais de democratização da distribuição e de aplicação de verbas públicas em publicidade de ações governamentais em rádios e Tvs comunitárias, bem como a instrumentalização de fundos permanentes de financiamento das atividades de comunicação comunitária e com finalidade social , bem como a reformulação da lei 9.612\98, garantido a ampliação da pontencia permitida para rádios comunitárias, maior agilidade no processo de concessão descriminalização com anistia e devolução dos equipamentos apreendidos.
* aperfeiçoar, implementar e garantir a efetivação do controle social em todas as etapas de consolidação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) – na ótica dos direitos humanos de comunicação e informação – assegurando: a superação das atuais limitações, o acesso gratuito para todas as cidades e áreas rurais, independentemente de densidade demográfica e o aproveitamento das redes de cabo de fibra ótica já instaladas para a transmissão de dados, imagens e sons, assim como o aproveitamento dos equipamentos de alta velocidade que viabilizarão a conexão com redes nacionais de telecomunicação e demais redes no Brasil e no mundo.

No final, a plenária aprovou ainda a moção de repúdio “Contra o fim da classificação indicativa na TV. O Estado deve proteger nossas crianças, adolescentes e jovens!”.

Fonte: Agência Jovem (por Bruno Ferreira)

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