Por: Adriana Eva
O tema “Mulher na Política” ocupou significativo espaço com a eleição de Dilma, a Primeira Presidenta do Brasil.
Mas não bastasse ser mulher no cargo de Presidente para mudar a condição da mulher na política. È preciso que a política seja vista pela ótica da Mulher.” Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!”
Ainda assim, do universo político feminino, a maioria entra para a vida política pelas mãos do pai ou do marido, sendo mínimo o número com trajetória autônoma baseada em carreiras políticas desvinculadas de laços familiares. O maior empecilho ao ingresso das mulheres na política são os próprios maridos ou companheiros, que impedem a candidatura, sob o fundamento de que elas deixariam de atender aos afazeres domésticos e de cumprir com o dever de cuidado dos filhos, segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Políticas da UFRGS.
Dilma teve sua militância na emergência dos discursos e grupos feministas na década de 70, na origem desses grupos se encontram misturados a resistência ao regime autoritário, a busca de uma nova utopia, a experiência do exílio e as praticas políticas no masculino e a divisão entre a vida publica e privada.Esses diferentes grupos e correntes formam um movimento social que se propõe a mudar as relações entre homens e mulheres.As questões do movimento feminista se transformam em questões sociais que são evidenciadas ate os dias atuais.
No seu cotidiano, a mulher tem uma jornada muitas vezes tripla, de trabalhadora, mãe e dona de casa e em todos os papeis sociais desempenhados faz com que a mulher conheça na pratica as dificuldades e as questões sociais brasileiras. A educação dos filhos, a saúde dos familiares, o transito para o trabalho, o orçamento para as compras, os juros das compras a prazo, a preocupação com a violência, o desemprego do companheiro, dos filhos, a importância do carinho na família, as drogas... E, com esta sensibilidade e determinação, elas vão encontrando as soluções para dar conta da vida, agindo com a cabeça e o coração.
No entanto esta dicotomia publica-privada reduz a participação da mulher na política, destacando o papel significativo das lutas de centenas de mulheres que fizeram com que o país tivesse avanços criando marcos legais garantindo a participação ativa da mulher na política. Ressaltamos que somente em 1932 que a mulher garantiu o direito ao voto e que a Constituição Federal que proclamou a igualdade entre o homem e a mulher. Segundo o filosofo Norberto Bobbio a maior transformação que ocorreu neste século foi à revolução feminina.
Sabemos que na realidade a participação feminina é muita pequena. Ainda é muito restrita a presença feminina em espaços institucionais de representação, se no plano eleitoral somos 51,8% dos 135,6 milhões de eleitores são mulheres. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 3.999 mulheres disputaram a eleição deste ano. Esse número representa 20,4% do universo de 19.592 candidaturas que foram aptas a receber votos.
O percentual está abaixo dos 30% estipulados em lei pela minirreforma eleitoral do ano passado como cota para a quantidade mínima de mulheres no universo de candidaturas de cada partido.
Dilma marca um novo tempo na Política Brasileira e segundo os pronunciamentos no primeiro discurso ira promover muitas mudanças e ampliar a participação das mulheres na vida política;
“Já registro, portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.”
E assim é a hora de afirmar, sem falso otimismo, que o século XXI, será o século das mulheres, SIM, a mulher PODE!
SIM, A MULHER PODE!
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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